quinta-feira, novembro 02, 2006

A propósito de declarações típicas e disparatadas...

… Vou contar-vos uma história que me toca particularmente, visto que o carro do meu avô foi bater ao fundo de uma ribeira e os meus pais e a minha tia escaparam a uma bomba que fora desactivada a bom tempo... Interessa manter a mente alerta a manifestações separatistas e situações que não estão completamente enterradas!

Durante o PREC, a Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (FLAMA) entrou em acção, ameaçando sindicalistas, gente de esquerda, jornalistas, professores, padres e instituições conotadas com o processo revolucionário em curso.
Entre 1975 e 1979, houve bombas, ameaças, mortes e 'convites' a deixar a Região.
Esta era a estratégia dos terroristas e separatistas da FLAMA para conseguir a independência do arquipélago.

"O terrorismo de Estado totalitário combate-se com o terrorismo democrático. O país está nas mãos de uma ditadura totalitária, a do Partido Comunista", declara Jardim, então director do diocesano "Jornal da Madeira", cargo para o qual fora designado pelo bispo D. Francisco Santana e em que se manteve até entrar para o governo em Março de 1978, data que coincide com o fim do bombismo na região.
Enquanto a FLAMA alimentava sonhos independentistas, a população vivia com medo das explosões.

Os operacionais ganhavam prática nas bombas, o braço político criava a bandeira, pensava na moeda e procurava apoios internacionais.

Logo no seu primeiro congresso regional, o PPD madeirense, pelo presidente da mesa, Sales Caldeira, deixou bem claro que "a Madeira não quer ser negociada". "Por isso temos de lutar com todo o vigor e com todas as nossas forças para mantermos a nossa autonomia e, se preciso, a nossa independência." Não foi por mera coincidência que este partido, logo após a eleição da primeira assembleia regional, propôs e fez aprovar projectos inicialmente apresentados pela FLAMA de criação de uma moeda própria e de, para símbolo da região, uma bandeira inspirada no pavilhão dos separatistas e co-concebida por Jardim e pelo bispo funchalense, D. Francisco Santana, antigo colaborador do ministro Tenreiro.
A esclarecer que o símbolo da autonomia é uma cópia da bandeira da organização separatista: no lugar da actual Cruz de Cristo, ostentava cinco quinas portuguesas.

Também o CDS não deixou seus créditos por mãos alheias, na colaboração com a FLAMA. O dirigente João Machado, participa na organização da ocupação e destruição do Emissora Nacional no Funchal e confessa ter preparado um plano para matar Otelo Saraiva de Carvalho, numa visita à Madeira, por meio de um potente explosivo, colocado sob uma ponte, que deveria explodir quando passasse o autocarro onde seguia Otelo acompanhado por crianças, mulheres, gente do povo!O engenho viria a ser ocasionalmente descoberto por uma criança, a tempo de ser desactivado antes da passagem do autocarro.
A justificar tais atentados, Alberto João Jardim escreveu no "Jornal da Madeira", "não são dignos de castigo, mas sim de recompensa", uma vez que são "defensores da pátria e da democracia".

Em 1979, o movimento extinguia-se, com os operacionais desencantados, o sonho independentista desfeito e a Polícia Judiciária nas investigações, com vontade de apanhar os culpados do período mais agitado da História da Madeira… mas não houve acusados, nem julgamentos.
Aberto João jardim comentou na altura que aqueles agentes se deviam preocupar mais com os roubos do que com propaganda separatista.

Agora, querem fazer parecer que a movimentação separatista não lhes diz respeito, que apenas uma sombra que lhes convém tirar da cartola, do tipo coelho a tentar salvar um espectáculo medíocre, para ameaçar, agredir e chantagear! OH POVO ENGANADO!